O dólar comercial abriu em queda nesta quarta-feira, 23, mas inverteu o sinal ainda no início das negociações, pressionado pela retomada da cautela com o cenário fiscal e político no País.
Às 11h30, a moeda subia 1,83% e era negociada a R$ 4,124. Na máxima, a divisa bateu os R$ 4,13 e, na véspera, fechou a R$ 4,05, a maior cotação desde a criação do Plano Real, em 1994.
Incertezas
O Congresso não analisou ainda o veto ao reajuste de até 78% dos salários do Judiciário, que pode ter impacto de R$ 36,2 bilhões nas contas públicas até 2019. A sessão foi interrompida por falta de quórum e não há prazo definido para a retomada dessa votação. De todo modo, o recuo, a princípio, respondeu à manutenção da maioria dos vetos presidenciais pelo Congresso, em sessão que durou cinco horas e terminou na madrugada de hoje. Foram mantidos 26 dos 32 vetos presidenciais a medidas com forte impacto nas contas públicas.
O mercado aproveitou a boa notícia para realizar lucros vendendo moeda, após o dólar ter fechado no maior patamar em 21 anos. Os ganhos estavam acumulados em 11,03% no mês e em 40,03% em 2015.
Também influencia os negócios locais o enfraquecimento do dólar frente o euro e algumas divisas de países emergentes e exportadores de commodities no exterior, como o peso chileno e o peso mexicano.
Dados fracos do setor de manufatura da China em setembro apoiam especulações no exterior sobre a possibilidade de o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) adiar o aumento dos juros básicos para 2016. Isso ajuda a enfraquecer a moeda americana lá fora.
Na semana passada, o Fed decidiu manter os juros inalterados, em meio às incertezas causadas pela desaceleração chinesa, e nos últimos dias vários dirigentes regionais da instituições vinham se manifestando em defesa do início da alta ainda neste ano, dando suporte ao dólar e aos juros dos títulos americanos. O aumento da taxa teria impacto no câmbio, pois aumentaria a rentabilidade desses títulos, considerados investimentos mais seguros.
Fonte: MSN Notícias
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