Mais um crime brutal, com a marca da perversidade das facções criminosas, começa a ser investigado pela Polícia Civil em Fortaleza. Um jovem seqüestrado por bandidos durante o fim de semana, em plena Praia de Iracema, acabou sendo “julgado” e condenado” dentro de uma favela. Em seguida, foi morto e decapitado. Para completar o ato de barbárie, os criminosos lançaram no mar o corpo sem a cabeça, que foi encontrada depois dentro de um balde.
As cenas da sessão de torturas, interrogatório e execução da vítima no “Tribunal do Crime” foram filmadas pelos próprios criminosos e postadas nas redes sociais. O rapaz, já identificado pela Polícia como Davi Santana de Oliveira, morador do bairro Serviluz, e que trabalhava na campanha de um candidato à prefeitura de Fortaleza, foi seqüestrado no fim de semana quando seguiu para uma festa de reggae numa boate conhecida na Praia de Iracema. Ele teria sido atraído ao local através do telefonema da namorada.
Davi foi arrebatado pelos criminosos e levado para dentro de uma casa na Favela Baixa Pau, próxima à Sede da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos da Segurança Pública e do Sistema Penitenciário (CGD) e do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, no Poço da Draga. Ali, ele foi interrogado e filmado. Em seguida, morto asfixiado com uma corda no pescoço dependurado em um armador de rede de dormir.
Corpo sem cabeça
Após a constatação da morte lenta e cruel do rapaz, os assassinos cortaram a cabeça, jogaram o restante do corpo no mar, próximo à Ponte dos Ingleses, e colocaram a cabeça dentro de um balde.
Na manhã de ontem, o corpo sem a cabeça foi encontrado na Praia do Icaraí, em Caucaia, para onde foi arrastado pelas ondas e pela corrente marítima. Horas depois, a cabeça também apareceu no mar, próximo à Ponte Metálica e ao canteiro de obras do Aquário de Fortaleza. Os criminosos, moradores da Favela Baixa Pau, aparecem no vídeo interrogando o refém e, em seguida, praticando a execução, além de exibirem armas de fogo. Seriam da facção Comando Vermelho (CV).
(Fernando Ribeiro)
BNDES tem lucro de R$ 8,73 bilhões no terceiro trimestre
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro contábil de R$ 8,73 bilhões no terceiro trimestre deste ano, o que elevou o lucro acumulado de janeiro a setembro para R$ 13,7 bilhões. O relatório com os resultados financeiros da instituição no período foi apresentado nesta quinta-feira (12).
O desempenho positivo foi influenciado pela negociação de participações societárias, que resultaram em ganho líquido de R$ 4,4 bilhões. Somente a alienação de ações da Vale gerou lucro de R$ 4 bilhões. Também contribuíram para os resultados a equivalência patrimonial de empresas coligadas, no total de R$ 1,2 bilhão, e a receita com dividendos e juros sobre capital próprio, que somou R$ 938 milhões.
O patrimônio líquido do BNDES manteve-se, e a instituição fechou o terceiro trimestre em R$ 104,5 bilhões. "Foi um trimestre em que o BNDES performou bem. O banco atuou de forma efetiva e contracíclica, apoiando as pequenas e médias empresas", afirmou o presidente da instituição, Gustavo Montezano.
A venda de ações da Vale ocorreu dentro de um programa que o BNDES vem implementando desde o ano passado. O desinvestimento em participações societárias visa reforçar o caixa para investimentos e reduzir a exposição aos riscos do mercado, explicou a instituição. No primeiro trimestre, também foram negociados R$ 7,6 bilhões em ações da Petrobras. Já no mês passado, a alienação integral dos papeis da Suzano em posse do banco movimentou R$ 6,9 bilhões, valor que terá impacto no balanço do quarto trimestre.
"Até o momento, temos um total de R$ 40,7 bilhões de contribuição dessas operações, com a venda através de diferentes modalidades. Fizemos oferta pública, venda em bloco e operação de M&A [fusões e aquisições]", informou a diretora de Finanças do BNDES, Bianca Nasser. O BNDES ainda tem mais de R$ 50 bilhões em papeis de empresas listadas na Bolsa de Valores, sendo a maioria da Petrobras e da Vale.
A captação de R$ 1 bilhão com a emissão de Letras Financeiras Verdes (LFV) também contribuirá para os resultados do último trimestre do ano. Segundo o BNDES, os recursos levantados com esses papeis vão financiar projetos de geração de energia eólica ou solar que promovam impacto positivo para a sociedade.
Comparações
O BNDES também teve melhora no resultado recorrente, que exclui a volatilidade trazida pela carteira de renda variável e pelos ajustes na provisão para risco de crédito. O período de julho a setembro registrou R$ 2,43 bilhões, 84% acima do valor de R$ 1,32 bilhão do segundo trimestre de 2020 e 5% inferior aos R$ 2,55 bilhões do terceiro trimestre do ano passado.
Em 2019, no acumulado entre janeiro e setembro, o BNDES teve lucro de R$ 16,5 bilhões. Dessa forma, na comparação com o mesmo período do ano passado, o desempenho da instituição de janeiro a setembro registra queda de 16,9%.
Também hoje foram apresentados os dados referentes ao Plano de Estímulo à Aposentadoria (PEA) no BNDES. Implantado no segundo semestre deste ano, o plano teve adesão de 137 empregados, o que significa redução de 5,2% no quadro de pessoal e queda de 6,8% na folha de pagamentos. Estima-se que a economia anual será de aproximadamente R$ 100 milhões.
Ações emergenciais
A instituição divulgou ainda o resultado das ações emergenciais realizadas neste ano em decorrência da pandemia de covid-19. Segundo o BNDES, as medidas somaram R$ 136,6 bilhões e envolveram o apoio a 267 mil empresas, que empregam cerca de 8,8 milhões de pessoas.
As iniciativas buscaram preservar atividades econômicas importantes e viabilizar investimentos no setor de saúde. Uma dessas ações foi o Programa Emergencial de Acesso a Crédito, lançado em conjunto com o Ministério da Economia. Foram oferecidas garantias a operações de crédito para 96 mil pequenas e médias empresas, totalizando R$ 81 bilhões de financiamentos contratados até 9 de novembro.
"Essa linha é uma baita inovação no mercado financeiro brasileiro. Ela atua como uma espécie de seguro para as empresas e fornece garantias para que os bancos possam efetivar seus empréstimos", afirmou Montezano. Dados do BNDES mostram que o crédito às micro, pequenas e médias empresas aumentou 20% de junho a setembro.
(Agência Brasil)
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